domingo, 2 de setembro de 2012

Aliança com Adão (Aliança das Obras)

O Relacionamento Inicial entre Deus e o Homem: Mediante o próprio ato de criar o homem a sua imagem e semelhança, Deus promoveu um relacionamento determinando o papel do homem diante da criação (Gn 1:27 – 31). Através desse relacionamento Deus estabeleceu um pacto de vida e morte, a aliança das obras que pode ser discutida através de dois aspectos:

Aspecto Geral = Relacionamento amplo Deus e Homem  

Aspecto Focal = Homem e a Responsabilidade diante das condições de Deus
 
Trataremos das três ordenanças inerentes a Criação: 
  1.  O Sábado (Gn. 2:1-3) ;
  2.  O Casamento (Gn. 2:19-24) ;
  3.  O Trabalho (Gn. 2:15)

1) O Sábado

 O Sábado tem origem na estrutura da criação – Um ato criativo (Gn 1:1), uma ordem de seis atos criativos (Gn. 1:2-31) e uma conclusão (Gn. 2:2,3). Dos sete dias mencionados desde o início da criação até o final, apenas o Sábado é abençoado e santificado por Deus (Gn. 2:3), por que será?

 A benção dada a esse dia tem significado especial que foi muito bem interpretado pelo Senhor Jesus em Marcos 2:27 “o Sábado foi estabelecido por causa do homem”. Esse texto nos mostra que a má interpretação da guarda do Sábado trouxe profunda religiosidade e hipocrisia ao povo de Israel, mas o fundamento do Sábado é para benefício do homem.(Mc. 2:23-28) Antes mesmo da lei o Sábado foi dito pelo Senhor que seria um dia santificado, ou seja, separado para o descanso.

  Na lei Mosáica o quarto mandamento diz que devemos nos lembrar do Sábado para o santificar, mesmo verbo usado na criação.(Ex. 20:8-11)  O povo que acabara de ser liberto da escravidão do Egito recebe a benção de não ser escravo do trabalho, mas trabalhar seis dias e descansar um. Nossa responsabilidade de culto também é beneficiada com o Sábado. Esse era o dia em que Israel se dedicava especialmente ao serviço de Deus. Nesse dia os homens se apresentariam ao Senhor e trariam os frutos do seu trabalho.  O Sábado também era observado de outras maneiras:

Ano Sabático: Descanso da terra contra o abuso (Lv. 25:1-7) O homem não deveria virar escravo da terra.
Ano do Jubileu: Ao final de sete grupos de sete anos, o quinquagésimo ano deveria ser de celebração especial. Todas as dívidas eram canceladas (Lv. 25:8-22).

 Isaías usa esse princípio e o aplica ao Messias (Is. 61:1-3). Jesus o confirma quando começa a pregar em Nazaré (Lc. 4:18,19). O Sábado segue a sequência progressiva e orgânica da revelação de Deus. Israel sai do Egito em direção ao DESCANSO, Quando Josué conquista a Terra Prometida ali é dito que Israel entrou no DESCANSO, Moisés antevê o DESCANSO que Deus daria de todos os inimigos (Dt.12:9,10). O Salmista diz que Deus negará o DESCANSO a alguns (Sl 95:11). O Novo Testamento interpreta essa história dizendo: Porque Josué não pôde dar descanso a Israel, resta ainda um Sábado para o povo de Deus (Hb. 4:8,9)  Até mesmo o pecado de Israel foi sentenciado com um castigo de Sábados durante o Exílio (Lv. 26:33-35). O não cumprimento do Sábado levou a uma condenação tanto no primeiro quanto no segundo cativeiro (II Cr. 36:21)

 O princípio do Sábado começa na criação, passa pela Lei, cumpre-se em Cristo e segue até as esperanças finais do povo eleito.(Gn. 1; Ex. 20; Hb 4) A esperança da vida eterna também é traçada com a estrutura do Sábado (Dn. 9:1,21,24-27). Dessa forma, o crente da nova aliança não deve negar esse princípio do descanso, mas se alegrar na esperança que enche de alegria o coração. Na Antiga Aliança o Sábado primeiro foi guardado pela ordem da criação (Gn. 2:2,3) e depois da libertação do Egito deveria marcar também a lembrança do resgate da escravidão que simbolizava a obra maior que ainda aconteceria (Dt. 5:15). O israelita trabalhava seis dias na esperança do descanso (redenção) no Sábado. Na criação o Sábado estava ligado a atividade criativa de Deus que cessou no sétimo dia, após o cativeiro Israel é novamente feito povo de Deus e com Cristo a obra da recriação é consumada ainda com a mesma esperança do Sábado final que virá. Ao contrário de Israel que trabalhava em busca do dia de descanso, nossa semana já começa com a reunião que comemora o recebimento do descanso em Cristo.

 Apesar do princípio do Sábado ser permanente por estar ligado ao caráter imutável de Deus, algumas sombras não são mais necessárias como o Ano Sabático e do Jubileu em face de sua obra temporária. Todavia, devemos zelar pela observação desse dia, pois é bom para o homem (Mc. 2:27) e celebra a nossa grande esperança do Descanso final (Hb. 4:9,10) além de ser o dia reservado para obras de misericórdia (Lc 4:16-41) e culto (I Co. 16:1,2; At. 20:19, Ap. 1:10) A Igreja primitiva entendeu esse princípio e trocou seu dia de culto na Nova Aliança para o Domingo, Dia do Senhor (At. 20:7; I Co. 16:1,2; Ap. 1:10; Jo:20:19)

 Antiga Aliança

Seis dias de Trabalho                                                                                              Descanso


 Nova Aliança



 Descanso                                                                                                             Seis dias de Trabalho
  Enquanto na Antiga Aliança os crentes trabalhavam seis dias na esperança do Descanso (Sábado), o crente da Nova Aliança já está, em Cristo, no Descanso e por isso mesmo já inicia a semana (Domingo) vitorioso não mais aguardando o Descanso, mas o vivendo itensamente aguardando apenas o Dia do Senhor em que Ele virá e nos colocará na plenitude final do Descando Eterno para todo sempre (Hb. 4). Amém...Maranata, ora vem Senhor Jesus!!!


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